É bem comum se ouvir por aí no linguajar dos pais e de muitos especialistas a expressão “Terríveis 2 anos”.

Terríveis 2 anos
Fonte: master1305 – br.freepik.com

Essa expressão, é comumente encontrada junto com  sentimentos de abundante desespero, cansaço, exaustão e impaciência.

Inquestionavelmente, todos esses sentimentos são ocasionados por uma mudança de comportamento das crianças sim.

No entanto, essas mudanças são inerentes e muito comuns dessa faze do desenvolvimento, e que aqui nesse texto pretendo te fazer entende-la por outra ótica.

Assim, encontramos frequentemente pais queixando dos seus filhos que até então eram bebês fofinhos, bem humorados e cheio de doçura, que se transformaram em crianças opositoras, que fazem birras e que tem a palavra NÃO, na ponta da língua.

Aaaa… “Terríveis 2 anos”

E agora, o que fazer? Como conduzir o desenvolvimento do meu filho nesse momento?

Inegavelmente, rotular essa fase de terrível está bem longe de ser a solução ou respostas para esses questionamentos acima. Na minha visão, essa negatividade até chega a  contaminar  a nossa percepção da situação.

Fato é que nossos filhos certamente passarão por essa fase. Fase esta, que marcará uma nova construção na relação mãe/pai e filho.

Compreende-la melhor e buscar ferramentas para melhor vivencia-las , sempre será o melhor caminho, para passar essa fase com sucesso!

Usando da Empatia e compreendendo os “Terríveis 2 anos”

Acredito fielmente no sucesso da resolução de conflitos, a partir do uso da empatia.

Dessa forma, na educação de filhos, a empatia é um valor que nunca pode ficar de fora. Por isso, te convido a pensar nessa fase do desenvolvimento pela perspectiva do seu filho, primeiramente.

O seu filho está finalizando uma fase de intensos desenvolvimentos físicos, emocionais, motores até mesmo psicomotores (primeiro e segundo ano de vida). Já parou para pensar quanto coisa ele aprendeu em tão pouco tempo?

Em virtude, de todo esse processo de desenvolvimento ele está pronto fisicamente para explorar o mundo com todas as suas possibilidades e potencialidades.

Outro marco de desenvolvimento super importante de ser comentado dessa fase, se não dizer, o mais importante, é que por volta dessa idade a criança adquire a consciência de que ela é uma pessoa e sua mãe é outra pessoa.

Provavelmente, você pode achar que isso é obvio. No entanto, para criança não é. E é nessa fase que ela conclui: “Eu sou uma pessoa. Uma pessoa que existe independente da minha mãe”.

Dessa maneira, é a partir dessa conclusão que ela passará a assumir uma nova atitude na relação com a mãe. Essa nova atitude se dá pela busca incessante que ela inicia pelas respostas das perguntas: “Então quem sou eu? O que consigo fazer sozinho? Até que ponto sou capaz?”  

Logo, a construção de si que a criança começa a fazer depende da sua atitude exploratória em relação ao mundo e da relação opositora em relação aos outros, a fim de reforçar para ele mesmo, que ele é diferente do outro.

A magia da Relação

O que se torna tão lindo e mágico dessa fase é essa construção árdua que se inicia. Essa magia que a criança vivência de se construir a partir do ser diferente e do ser semelhante. E aqui nasce um dos pilares do processo de Educação a imitação.

Assim, a criança consolida seus processos de aprendizagem. Ora ela aprende pela negativa, e se descobre nas diferenças, ora pela semelhanças e pela imitação.

Dessa maneira, após entender todos esses fundamentos, quero deixar algumas dicas práticas de como você pode apoiar o seu filho nessa fase de desenvolvimento dele, assim como, tornar o seu dia a dia, mais em paz, longem de alguns evitáveis e improdutivos cabos de guerra.

5 Guerras evitáveis, nos “Terríveis 2 anos”

1. Deixe que ele faça algumas coisas sozinho

A criança acabou de adquirir diversas habilidades motoras, (sentar, andar, correr, pular), é normal que ele queira explorar suas potencialidades, independência e autonomia. Deixe que ele desenvolva algumas atividades sozinho, se programe para ele possa tentar quantas vezes forem necessárias.

Desse modo, esteja preparada para ser o ponto de apoio e não o centro das atividades, dê a ele o protagonismo que ele tanto busca. Por exemplo, diga a ele: “filho se precisar estou aqui para te ajudar, é só me chamar”

2. Dê a ele Liberdade direcionada

Certamente, seu filho desenvolverá um apreço especial por fazer escolhas por si só. E se você não estiver atento e intencional nessa fase certamente entrará em conflito com ele e com suas escolhas.

Uma excelente maneira de você ser intencional é dar a ele a opção de escolha dentro daquilo que você planejou. Por exemplo: Filho você que vestir a camisa azul ou a vermelha? essa é uma pergunta que contém uma liberdade de escolha, no entanto, ela está condicionada as opções que você pre-determinou.

3. Estabeleça uma rotina

A rotina garante a criança a sensação de segurança, por permitir a eles a prensibilidade do que vai acontecer. Além de se sentir mais segura e ela fica menos ansiosa e menos agitada pelas questões do seu dia a dia.

Saiba mais sobre como estruturar uma rotina e sua importância para o desenvolvimento infantil O poder da Rotina Estruturada.

4. Organize os brinquedos e a hora de brincar

Igualmente importante, para o desenvolvimento da autonomia é a organização dos brinquedos e o direcionamento da Hora de brincar.

Já é sabido que as crianças aprendem brincando. Assim, invista em brinquedos pedagógicos, que priorizem o desenvolvimento de habilidades dessa faixa etária.

Também, organize os brinquedos de forma didática, com placas indicativas de suas separações. Visto que, a criança pode e deve ser atuante não só na hora de brincar, como também, na hora de guardar os brinquedos.

5. Evite programações estressantes

Vejo muitos adultos reclamando… “meu filho deu um show no supermercado, no shopping, e por aí vai. No entanto, vejo poucos adultos se questionando: “porque meu filho age assim em determinados lugares, e em determinadas horas”.

Esse tipo de ambiente em geral possui uma quantidade de estímulos excessivos como: cores vibrantes, sons excessivos, apelos comerciais, inclusive apelos comercias voltados para as crianças.

Tais estímulos, já favorecem para que a criança fique agitada, ansiosa, frustrada (porque é impossível que os pais atendam todas as suas demandas e “querências”. Ainda mais, quando estamos falando de crianças que estão vivenciando toda essa fase.

Assim, sempre que possível evite esses lugares, ou se não for possível vá por um tempo curto e pré-determinado. Leve sempre com você subsídios para imprevistos, como por exemplo: fralda extra, água, suco, uma fruta, um biscoito, roupas e sapatos confortáveis.

Sorria você está sendo Filmado x Terríveis 2 anos!

E finalmente, seja bem vindo a “Magia dos 2 anos”. A beleza do educar pelo exemplo mora aqui.

A criança nessa idade, é divertida, vê graça em tudo e tem na imitação uma das formas de aprendizagem.

Apesar de toda energia e intencionalidade que essa fase possa lhe exigir, aproveite cada momento, cada possibilidade de descoberta cada construção única que seu filho está fazendo sobre si mesmo.

Se delicie com cada momento único dessa linda história que está sendo construída com você e através de você.

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