Você sabia que não são apenas aquelas noites em claro que fazem mal à saúde? Quando falamos de insônia, estamos dizendo sobre noites mal dormidas, tanto em quantidade quanto em qualidade de sono.
Certamente, isso impede que o corpo de regenerar as suas células, além de afetar as funções cerebrais. Assim, em curto prazo você observa falta de concentração nas atividades do dia a dia. Mas, a médio e longo prazo, os efeitos são mais severos e podem inclusive levar ao desenvolvimento de doenças.
O sono de má qualidade tem muitas causas, sendo a alimentação apenas uma delas, já que existem alguns alimentos que estimulam o estado de alerta, enquanto outros ajudam a promover um sono restaurador. Desse modo, veja neste artigo como deve ser a alimentação de quem sofre com insônia.
Fases do sono
Você já deve ter passado por essa situação ou conhece alguém que passou: acordou já dizendo que está cansado ou pior do que quando foi deitar.
Primeiramente, a noite mal dormida da uma sensação ruim que ocorre quando o organismo não recebe os estímulos necessários para a produção de serotonina. Durante à noite, esse neurotransmissor é convertido, com a ajuda de enzimas, para melatonina. Assim, ela é a responsável por nos promover um sono reparador, fazendo com que o corpo relaxe adequadamente e passe pelas quatro fases do sono, que são:
- Fase 1 – Transição entre estado de atenção e sono. Corresponde a 10% da noite;
- Fase 2 – Diminuição dos ritmos cardíaco e respiratório, relaxamento dos músculos e início dos sonhos. Corresponde a 45% da noite;
- Fase 3 – Queda no metabolismo e diminuição dos ritmos cardíaco e respiratório. Corresponde a 25% da noite;
- Fase REM – sigla em inglês para “Rapid Eye Movement” (movimento rápido do olho). É a fase do sono profundo, em que ocorrem os sonhos. Há descargas de adrenalina, o coração bate mais rápido e a pressão arterial passa por picos. Corresponde a 20% da noite
Hora de comer e hora de dormir, aprenda a ter menos insônia
Comer e dormir está mais relacionado do que você imagina. Afinal, são necessidades fisiológicas que regem o nosso ciclo circadiano. Dessa forma, é necessário que a última refeição esteja alinhada de modo a favorecer o seu sono.
A Sociedade Europeia de Cardiologia realizou estudo com 700 adultos sobre os efeitos da comida no corpo conforme o horário que é consumida. Assim, os resultados que tiveram revelaram que ingerir uma grande refeição à noite impacta negativamente a pressão arterial.
Durante o sono, é natural que a nossa pressão seja reduzida, visto que o corpo em repouso não precisa de tanto nutriente e oxigênio para se manter funcionando. Entretanto, 24,2% dos voluntários que comeram até duas horas antes de dormir não tiveram uma queda adequada da pressão sanguínea. Em contrapartida, entre os que jantaram mais cedo, a porcentagem foi de 14,2%.
Isso acontece porque quando consumimos alimentos antes de dormir, principalmente os mais calóricos, o organismo libera cortisol e adrenalina. Assim, estes hormônios, por sua vez, geram um estado de alerta em todo o corpo, quando na verdade deveria estar desacelerado.
Nutrientes que favorecem o sono
Certamente, a alimentação pode ser uma grande aliada na produção dos hormônios do sono e uma consequente noite bem dormida. Portanto, agora que você já entendeu a importância da alimentação antes de dormir, veja os principais nutrientes que ajudam a combater a insônia:
1. Triptofano
O triptofano é um aminoácido essencial que participa da produção de melatonina, o hormônio indutor do sono, e de serotonina, um neurotransmissor que induz a calma e sonolência. Além disso, ele possui efeitos antioxidantes, neuroprotetores, anti inflamatórios, imunológicos e muito mais.
Alimentos que são fontes de triptofano são:
- Peru;
- Leite;
- Carne;
- Aveia;
- Salmão;
- Tomate;
- Queijo branco
- Kiwi
- Nozes;
- Amêndoas;
- Leite de arroz;
- Banana;
- Maçã;
- Uva;
- Mel.
2. Magnésio
O magnésio ajuda a reduzir as concentrações de cortisol e aumenta a GABA, neurotransmissor que promove relaxamento e sono. Como resultado, suplementar esse mineral ajuda a melhorar a qualidade do sono. Assim, saiba um dos sintomas da deficiência de magnésio é a insônia.
Os alimentos ricos em magnésio são:
- Alho;
- Banana;
- Nozes;
- Amêndoas;
- Ameixa seca;
- Pão;
- Feijão;
- Arroz integral;
- Salmão;
- Espinafre.
3. Alimentos ricos em ômega-3 e vitamina D
O ômega-3 e a vitamina D são essenciais para a produção de serotonina que, por sua vez, irá melhorar o sono. Assim, os alimentos que são fonte de ômega-3 incluem:
- Azeite de linhaça
- Salmão
- Sardinha;
- Sementes de linhaça e de chia;
- Atum;
- Arenque;
- Nozes.
Nada se compara a vitamina D recebida diretamente do sol. Então, que tal fazer uma caminhada ao ar livre para suplementar esse nutriente? Mas se pra você isso não é possível por causa das condições climáticas ou problemas de pele, não deixe de incluir os seguintes alimentos::
- Azeite de fígado de bacalhau;
- Salmão;
- Leite;
- Ovo;
- Carnes;
- Sardinha;
- Manteiga.
4. Cálcio
Assim como o triptofano, o cálcio é essencial para produzir a serotonina e, por este motivo, a sua deficiência está relacionada com a insônia.
Desse modo, muitos nutricionistas aumentam a ingestão de cálcio antes de dormir, com o intuito de aumentar as concentrações desse neurotransmissor e, assim, promover maior estado de relaxamento e sono.
Os alimentos ricos em cálcio são:
- Iogurte natural;
- Brócolis;
- Sardinha;
- Espinafre;
- Leite.
5. Vitamina B6
A vitamina B6 é importante para que a pessoa consiga relaxar, pois participa da produção da serotonina, ajudando a converter o triptofano em serotonina. Por sua vez, esse hormônio é precursor da melatonina, neurotransmissor fundamental para o sono.
Os alimentos ricos em vitamina B6 são:
- Banana;
- Atum;
- Cenoura;
- Espinafre;
- Melancia;
- Ervilha.
6. Licopeno
O licopeno é um poderoso antioxidante que favorece a regeneração celular e pode ser encontrado nas seguintes frutas:
- Mamão;
- Tomate;
- Goiaba;
- Melancia.
Em uma pesquisa observou que o papel dessa substância é valioso, já que quem dorme períodos muito curtos mostrou ter pouco dela no organismo.
7. Potássio
Estudos feitos com o cérebro de moscas da espécie Drosophila melanogaster revelaram que estes insetos têm um aglomerado de neurônios em uma região cerebral cuja função é controlar a transição do estado de alerta para o de sono.
Desse modo, pesquisadores conseguiram observar que o controle desses neurônios é realizado por um canal de potássio, que regula o fluxo de íons de potássio. Assim, quando são ativados, nos deixa com sono.
Apesar da banana ser uma das principais fontes de potássio, existem outras fontes melhores, tais como:
- Feijão;
- Abacate;
- Beterraba;
- Batata.
8. Selênio
O selênio é um mineral com efeitos antioxidantes e capaz de fortalecer o sistema imunológico. Geralmente, a deficiência em selênio está relacionada com o aumento da fadiga e dores musculares.
Sendo assim, para garantir uma boa noite de sono, inclua alimentos ricos em selênio, como:
- Peixe;
- Sementes de girassol;
- Ovo (principalmente a gema);
- Castanha-do-pará;
- Arroz;
- Marisco.
Além de melhorar a qualidade das noites, consumir quantidades adequadas de selênio é útil para o crescimento e fertilidade, assim como prevenir doenças cardíacas e certos tipos de câncer.
Alimentos que podem causar insônia
Da mesma forma que existem alimentos que estimulam o sono, existem aqueles que atrapalham e provocam insônia.
As pessoas que sofrem com esse problema devem evitar os alimentos que estimulam o sistema nervoso central a partir das 16 horas, já que poderia dificultar o sono, sendo eles:
- Café;
- Bebidas energéticas;
- Refrigerantes;
- Chá preto, Chá mate e chá verde
- Gengibre;
- Pimenta;
- Chocolate;
- Açaí.
Além disso, é importante evitar alimentos fritos, com muita gordura, açúcares refinados ou muito volume de comida perto da hora de dormir, pois pode causar indigestão e afetar o sono.
Álcool é um dos causadores de Insônia
Muitas pessoas gostam de tomar um drink para relaxar e descansar. Mas é melhor avaliar esse hábito.
De acordo com uma pesquisa, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas está associado aos períodos mais longos de sono, que podem prejudicar a saúde, favorecendo o desenvolvimento de doenças como as cardiovasculares e depressão.
Além disso, o álcool dificulta a respiração durante o descanso e pode piorar sua qualidade.
Luteína e Zeaxantina
Essas substâncias são responsáveis pela coloração de peixes, aves e vegetais. Evidências mostram que o consumo excessivo está associado a noites curtas de sono.
Desse modo, tenha cautela ao comer frutas, legumes e verduras de cor alaranjada e verde durante a noite. Mas isso não significa que você precisa deixar de comer, a questão é apenas consumir de forma equilibrada.
Como deve ser a alimentação
Portanto, não deixe de incluir os alimentos permitidos em sua dose diária e evite aqueles que estimulam no final da tarde e durante a noite. Além disso, evite jantar muito perto da hora de deitar e não assista televisão enquanto come.
Assim, é importante investir em proteínas mais leves e fáceis de serem digeridas, como as carnes de frango e peixe, e alimentos de baixo índice glicêmico. Ainda, regularize os horários tanto em relação às refeições quanto ao horário de dormir. Isso irá ajudar a regular o seu ciclo circadiano e, assim, conseguirá melhorar o sono.
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